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Zika vírus aumenta preocupação com segurança de funcionários


No início de sua gravidez, Whitney Peak viajou ao Rio de Janeiro a trabalho pela Leblon Cachaça, uma companhia de bebidas alcoólicas do Brasil. Isso foi em outubro, antes que se soubesse muito sobre o Zika, um vírus transmitido por um mosquito que se espalhou pela América do Sul e que cientistas tem ligado a problemas no nascimento e danos cerebrais em bebês.


Ela estava programada para retornar ao Rio no fim de janeiro para alguns projetos de marketing relacionados às Olimpíadas. Mas após consultar alguns colegas, ela cancelou a segunda visita - e agora se arrepende da primeira.


"É muito assustador que eu posso ter colocado meu bebê em risco sem saber", disse a Sra. Peak, que ainda está grávida. "Quando chegou a hora da viagem planejada, eu não acho que houve nenhum alerta de que o risco era muito grande".


Com os casos de infecções de Zika crescendo, funcionários e gerentes de várias corporações estão abordando sobre como lidar com os empregos e os projetos em regiões afetadas.


O vírus criou uma ansiedade que vem sendo muito difundida em países no Caribe e na América Latina e do Sul, lar de vários trabalhadores estrangeiros. Conforme a comunidade científica tenta aprender mais sobre o Zika - que parece estar ligado à microcefalia, que faz com que bebês nasçam com cabeças incomumente pequenas - as companhias estão tentando estabelecer políticas que ultrapassam a privacidade pessoal e perigos potenciais à saúde.


Com muito do Zika desconhecido, muitas companhias estão tomando uma atitude de segurança primeiramente. Desde o meio de janeiro, a Delta Air Lines oferece uma opção para qualquer piloto ou comissário de bordo trocar uma viagem planejada para áreas sinalizadas por centros de controle de doenças e prevenção. Por e-mail, um porta-voz da companhia aérea disse que até agora, um pequeno número de funcionários trocou as viagens.


Kimberly-Clark, a produtora de papéis de Irving, Texas, está ensinando seus 16 mil funcionários em regiões afetadas com informações sobre como se proteger do vírus - desde que tipo de roupas usar até os benefícios do repelente de insetos.


"Nós rapidamente emitimos alertas de viagem, tentando garantir que qualquer viagem para a região seja por motivos importantes e não um encontro de negócios qualquer", disse Bob Brand, porta-voz da Kimberly-Clark. "Nós sempre tivemos extensas medidas de controles de pestes porque nós operamos em países que sempre tiveram taxas de doenças por conta de mosquitos, mas nós estamos aumentando nossas medidas no controle de pestes para que nossas operações se tornem o mais seguro possível."


O departamento de Defesa dos Estados Unidos está se oferecendo para realocar qualquer família que tenha grávidas que estejam trabalhando ativamente ou militares que estejam alistados em áreas afetadas pela transmissão do Zika vírus. No dia 4 de fevereiro, o New York Times enviou um e-mail aos seus funcionários sobre o Zika, afirmando que eles não tinham que aceitar qualquer função que os fizesse se sentirem "desconfortáveis com relação ao seu bem-estar" e que eles não precisavam dizer a seus gerentes porque estava optando não realizar suas funções.


Oficiais de corporações médias estão consultando pessoas como David O. Freedan, professor de medicina e epidemiologia e fundador da Clínica de Saúde de Viajantes da Universidade do Alabama, em Birmingham. Ele disse que por conta da preocupação com o Zika vírus estar entrelaçado a problemas de planejamento familiar, definir orientações sobre o assunto é complicado.


"Existe todo tipo de implicações e restrições legais", ele disse. "Você ao menos aconselhou suas funcionárias a não engravidarem pelos próximos dois anos, enquanto estão no Brasil?"


E se uma empresa evacua suas funcionárias mulheres, ou pede a elas que deixem o país, ele pergunta. Que mensagem ela está passando se essa empresa também tem empregados que são nativos do país, e provavelmente não tem essa mesma opção? A possibilidade de que o vírus possa ser transmitido sexualmente apresenta outro inconveniente e pode colocar uma pausa nos planos de homens que querem ter filhos.


Poucas companhias vão falar abertamente sobre sua política em relação ao Zika. Um número de multinacionais com operações significantes na América do Sul ou Latina ou não retornaram as ligações ou formularam declarações de que estão "monitorando de perto" a situação.


A região é popular em cruzeiros e conferências, mas a corporação do Carnaval disse que houve apenas "alguns cancelamentos" em seus navios cruzeiros, alegando que mulheres grávidas que quiserem cancelar terão outras opções de itinerários ou podem reagendar suas viagens para outra data. Quatro escolas públicas de Boston cancelaram viagens para a República Dominicana, Equador e Nicarágua. Uma conferência em Porto Rico planejada pra setembro - o escritório do país não informou qual - será remarcada para a próxima primavera.


Na região, a preocupação não levou ao pãnico. O nível de alarme em cidades como o Rio, na verdade, parece mais baixo do que nos Estados Unidos. As agências de notícias nacionais e locais no Brasil estão anunciando descobertas de organizações como a Organização Mundial da Saúde, que alertam que o Zika é uma emergência de saúde global. Mas os brasileiros tem lidado com vírus relacionados a mosquitos há bastante tempo, e alguns dos vírus, como a dengue, são mais temidos porque já afetaram muito mais pessoas.


O ceticismo, ou ao menos pedidos de reações proporcionais à ameaça, se tornou parte da cobertura jornalística. No dia 4 de fevereiro, o El País, um jornal espanhol com uma edição brasileira, publicou um texto online com o título "O risco do Zika é exagerado?". O subtítulo afirmava, em parte, que "a falta de conhecimento científico sobre o vírus e seus efeitos nos bebês aumenta o número de casos possíveis."


Uma pessoa que não está mudando seu itinerário é Anna Holzer, uma doutora de 32 anos de Polk City, em Iowa. No início de fevereiro, ela viajou à República Dominicana para seminários médicos pela Academia Familiar de Médicos de Iowa. Para ter certeza de que sabia dos riscos, ela chamou um epidemiologista de Iowa para discutir precauções.


"Nós não sabemos muito sobre o vírus, como funciona, e a conexão com a microcefalia", disse Dra. Holzer, que notou que alguns de seus pacientes perguntaram se deveriam viajar a regiões afetadas.


"Mulheres que estão grávidas não devem ir. E mulheres que estão planejando engravidar provavelmente deveriam esperar um mês antes da tentativa de conceber", disse a Dra. Holzer em um entrevista por telefone antes de sua viagem. "Mas tirando o fato de que vou tomar a precaução de usar mais repelente, eu planejo aproveitar minha viagem."


Fonte: http://www.nytimes.com/2016/02/15/business/zika-virus-increases-concerns-about-employee-safety.html?rref=collection%2Fsectioncollection%2Ftravel



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